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O que é a história patológica pregressa na anamnese e como preencher?

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A história patológica pregressa (HPP), ou história médica do paciente (HMP), é uma parte importante da anamnese médica que se concentra em coletar informações sobre as condições de saúde que uma pessoa teve no passado, incluindo doenças, alergias, lesões, cirurgias, procedimentos e hospitalizações anteriores, bem como medicamentos utilizados e vacinas tomadas.

Essas informações podem ajudar o médico a entender melhor a saúde atual do paciente e identificar possíveis fatores de risco para doenças futuras.

Um ponto importante em relação a esta parte da ficha de anamnese é que deve-se registrar não apenas as condições que o paciente afirmar que teve, mas também aquelas que ele negar. Por exemplo: “paciente nega IAM, sífilis, HAS e DM”. Dessa forma, o prontuário informa todas as condições que foram indagadas ao paciente.

Saiba tudo sobre a História Patológica Pregressa (HPP) na ficha de anamnese:

Definição e importância da história patológica pregressa na anamnese médica

A história patológica pregressa, como dito, é uma revisão das condições médicas que o paciente já teve, bem como de qualquer tratamento ou cirurgia anterior. A história patológica pregressa é um componente crítico da avaliação médica, pois permite que o médico entenda melhor fatores associados à queixa principal do paciente, avaliando de modo mais amplo sua condição atual.

A história patológica pregressa ajuda, assim, a identificar possíveis causas subjacentes de sintomas ou condições atuais, orientando o diagnóstico e o tratamento. Isso é importante para evitar a repetição de testes desnecessários, garantindo que o paciente receba o tratamento adequado com base em suas condições médicas anteriores.

Além disso, a história médica do paciente pode ser útil para prever o risco de certas doenças, o que pode ajudar o médico a tomar medidas preventivas e fornecer aconselhamento adequado ao paciente sobre como manter sua saúde e prevenir doenças futuras.

Tipos de informações coletadas na história patológica pregressa

A lista das informações que podem ser coletadas aqui é extensa.

Doenças prévias

O médico pode perguntar sobre:

  • Doenças crônicas, como diabetes, hipertensão arterial, asma, etc.
  • Doenças infecciosas, como pneumonia, tuberculose, hepatite, etc.
  • Doenças cardiovasculares, como infarto do miocárdio, angina, etc.
  • Doenças renais, como cálculo renal, insuficiência renal, etc.
  • Doenças endócrinas, como tireoidite, doença de Addison, etc.
  • Doenças neurológicas, como epilepsia, acidente vascular cerebral, etc.
  • Doenças autoimunes, como diabetes tipo 1, artrite reumatoide, lúpus, etc.
  • Entre outras.

Também é importante obter informações sobre condições médicas como infecções, alergias, transtornos psiquiátricos, doenças parasitárias, doenças hereditárias, etc.

Cirurgias prévias

O médico pode perguntar sobre qualquer procedimento cirúrgico anteriormente realizado, incluindo o tipo de procedimento, a data da cirurgia e o local da incisão. Perguntar sobre a realização de transfusão sanguínea prévia também é importante.

Traumas prévios

O médico pode perguntar sobre lesões anteriores, incluindo quedas, fraturas, acidentes de carro ou de bicicleta, ferimentos por arma de fogo ou faca, entre outros.

Medicações

O médico pode perguntar sobre os medicamentos que o paciente já tomou e que está tomando atualmente, incluindo prescrições, medicamentos de venda livre e suplementos.

Exames prévios

O médico pode perguntar sobre exames anteriores, como radiografias, tomografias, ressonâncias magnéticas, ecocardiogramas, exames de sangue, entre outros.

Vacinação

O médico pode perguntar sobre o histórico de vacinação do paciente, incluindo as vacinas recebidas e as datas das doses.

Como a HPP ajuda a identificar fatores de risco para doenças futuras

A história patológica pregressa pode ajudar na identificação de fatores de risco para doenças futuras, pois fornece informações importantes sobre as condições médicas prévias do paciente e possíveis comportamentos ou exposições a riscos que possam ter contribuído para o desenvolvimento dessas condições.

Por exemplo, se um paciente tem um histórico de tabagismo e doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) na história patológica pregressa, o médico pode considerar o tabagismo como um fator de risco para o desenvolvimento de câncer de pulmão e a DPOC como um fator de risco para complicações respiratórias durante uma cirurgia ou hospitalização futura. Com essas informações em mãos, o médico pode aconselhar o paciente sobre a importância de parar de fumar, monitorar a saúde pulmonar regularmente e tomar medidas preventivas para evitar complicações em futuras intervenções médicas.

Outro exemplo seria o histórico de diabetes na história patológica pregressa. Isso pode ser um fator de risco para várias outras condições, como doenças cardiovasculares, neuropatias, problemas renais e problemas de visão. Sabendo disso, o médico pode aconselhar o paciente sobre a importância de manter o controle da glicemia e adotar hábitos de vida saudáveis, como alimentação adequada e exercícios regulares, para reduzir o risco de complicações.

A coleta do máximo de informações, portanto, permite ao médico oferecer um atendimento personalizado e sugerir os melhores cuidados preventivos para garantir a saúde e o bem-estar do paciente.

Como conduzir a entrevista para coleta da história patológica pregressa

O médico deve conduzir a entrevista para coleta da história patológica pregressa de forma sistemática e abrangente, buscando informações sobre todas as condições médicas prévias do paciente. Alguns exemplos das perguntas que podem ser feitas durante a entrevista são:

  • Quais são as condições médicas prévias que você teve?
  • Quando você foi diagnosticado com essas condições?
  • Qual é o tratamento que você está recebendo atualmente para essas condições?
  • Você já foi internado no hospital antes? Se sim, qual foi o motivo?
  • Você já teve alguma cirurgia antes? Se sim, qual foi a cirurgia e quando foi realizada?
  • Você tem alguma alergia conhecida a medicamentos, alimentos ou outras substâncias?
  • Você já teve alguma infecção grave, como pneumonia ou meningite?

Para obter informações adicionais, o médico pode utilizar algumas estratégias, como:

  • Fazer perguntas abertas que permitam ao paciente falar livremente sobre sua saúde e histórico médico.
  • Usar técnicas de escuta ativa, como fazer perguntas de acompanhamento e fornecer feedback sobre as informações fornecidas.
  • Verificar as informações fornecidas pelo paciente através de registros médicos anteriores, se disponíveis.
  • Obter informações de familiares próximos ou cuidadores, se o paciente tiver dificuldade em lembrar ou fornecer informações precisas.
  • Explorar as circunstâncias em que as condições médicas prévias surgiram, incluindo sintomas, duração e gravidade.
  • Perguntar sobre o histórico familiar de doenças, uma vez que isso pode fornecer informações úteis sobre a predisposição genética do paciente a certas condições.

Ao conduzir a entrevista para coleta da história patológica pregressa, é importante que o médico seja sensível às preocupações e necessidades do paciente. Além disso, é importante trabalhar na construção de um relacionamento de confiança, para garantir que o paciente entenda a importância de fornecer informações precisas e completas e se sinta confortável e seguro para fazê-lo.

A importância de revisar a HPP em cada consulta médica

A revisão da história patológica pregressa em cada consulta médica é importante porque muitas condições médicas podem mudar ou evoluir com o tempo. Além disso, novas informações sobre a história médica do paciente podem surgir desde a última consulta, e essas informações podem ser relevantes para o diagnóstico, tratamento personalizado e acompanhamento do paciente.

Além disso, a revisão da história médica pode ajudar a identificar novos fatores que podem ter sido esquecidos anteriormente, ou que o paciente por algum motivo não havia revelado.

Por fim, realizar essa revisão ajuda a estabelecer a relação de confiança entre o médico e o paciente, demonstrando que o médico está atento às necessidades do paciente e está comprometido em fornecer cuidados de saúde personalizados e eficazes.

Como a tecnologia pode facilitar a coleta e o armazenamento dos dados da HPP

A principal ferramenta para auxiliar no preenchimento da anamnese, seja qualquer uma de suas etapas, é o prontuário eletrônico do paciente. Os sistemas de prontuário eletrônico permitem que as informações de saúde dos pacientes sejam registradas com mais praticidade e agilidade, tornando o prontuário mais completo, organizado e mais facilmente acessível.

No caso específico da história patológica pregressa, pela quantidade de condições que o médico deve verificar, uma ficha de anamnese personalizada que já inclua um questionário específico para a HPP pode ajudar muito no preenchimento dos dados. Assim todas as condições a serem indagadas já estarão listadas, para que nenhuma seja esquecida, e bastará o médico marcar os checkbox de acordo com as respostas do paciente.

Para os pacientes, utilizar aplicativos de saúde para celular que permitem o registro de sua história médica pode ser interessante. O médico pode incentivar o uso de tais apps, de modo que o paciente crie o hábito de registrar suas condições de saúde e assim possa fornecer informações mais precisas em suas consultas médicas, sem precisar confiar unicamente na própria memória.


A precisão e completude das informações sobre a história médica do paciente são cruciais para o diagnóstico correto da moléstia atual, para o tratamento adequado e para a adoção das devidas medidas de prevenção para fatores de risco.

O uso de um prontuário eletrônico prático e personalizado faz toda a diferença para que o médico consiga otimizar a coleta das informações e garantir um atendimento de excelência.

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