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Ortopedia – utilizando IA na anamnese para uma avaliação mais precisa e personalizada

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A anamnese, etapa central na avaliação médica, é o momento em que o especialista coleta informações sobre queixas, histórico clínico, hábitos de vida e contexto geral do paciente.

Na ortopedia e traumatologia, esse processo assume uma importância ainda maior, pois condições musculoesqueléticas – como fraturas, lesões esportivas, distúrbios articulares ou problemas de coluna – estão intimamente ligadas à biomecânica, às atividades diárias e ao histórico de traumas.

Dessa forma, quanto mais detalhada e precisa for a anamnese, melhor será a qualidade do diagnóstico inicial e a direção do plano terapêutico.

Neste artigo você confere como a inteligência artificial pode se tornar uma aliada dos médicos ortopedistas e traumatologistas, auxiliando na coleta e processamento das informações relatadas pelos pacientes e sugerindo como aprofundar a investigação clínica para um atendimento mais personalizado.

Complexidade e especificidades da anamnese em ortopedia

A anamnese de ortopedia envolve algumas questões muito particulares. A descrição da dor, por exemplo, não se limita à intensidade: é preciso identificar sua localização exata, o tipo de sensação (pontada, queimação, peso, irradiação), o momento do dia em que se manifesta, sua relação com o movimento ou repouso, bem como possíveis fatores desencadeantes.

Além disso, torna-se relevante investigar o histórico de atividades físicas, esportes de alto impacto, condições laborais que impliquem esforço repetitivo, cirurgias prévias, lesões passadas, o uso de próteses ou órteses, bem como alterações de equilíbrio e função.

Esse conjunto de informações fornece um quadro mais completo das condições musculoesqueléticas do paciente, o que, por sua vez, exige um método sistemático e minucioso de coleta de dados.

Desafios na coleta e análise das informações

A principal dificuldade nessa etapa é a subjetividade do relato do paciente. Muitos podem não saber descrever de forma clara a dor ou não lembrar com precisão de eventos traumáticos passados. Fatores emocionais, culturais ou de comunicação podem interferir, dificultando o levantamento de dados preciso.

Ademais, o ortopedista precisa integrar informações diversas – desde dados sobre hábitos diários até detalhes anatômicos – em um curto espaço de tempo, em meio a uma agenda de atendimentos lotada. Essa sobrecarga cognitiva pode levar a lacunas na anamnese, perda de informações valiosas e até atrasos na formulação de hipóteses diagnósticas.

Integração da inteligência artificial (IA) no processo de anamnese

A inteligência artificial, aliada a técnicas de Processamento de Linguagem Natural (PLN), vem se apresentando como uma ferramenta promissora para contornar esses desafios. Ao aplicar IA, torna-se possível criar questionários dinâmicos, que se adaptam às respostas do paciente, orientando-o a detalhar com mais precisão suas queixas.

Por exemplo, se o paciente relata dor no joelho ao subir escadas, o sistema pode explorar mais sobre a intensidade, a frequência e a natureza dessa dor, assim como questionar sobre o histórico de trauma na região.

Com o PLN, a análise dos relatos textuais fornecidos pelo paciente torna-se mais rica. Algoritmos conseguem identificar palavras-chave, padrões de linguagem, descrições típicas de determinadas condições e até expressões que indicam gravidade. Assim, o ortopedista pode ter acesso a um panorama bem estruturado do problema, permitindo que o atendimento seja mais focado e aprofundado.

Além disso, a IA pode apontar lacunas no relato, sugerindo novas perguntas ou orientando o paciente a fornecer informações mais específicas, garantindo uma base de dados mais completa e confiável para o raciocínio clínico.

Ferramentas de suporte à decisão clínica

Uma vez coletados e analisados os dados iniciais, a IA pode atuar como um suporte à tomada de decisão. Integrando informações da anamnese com bases de conhecimento, diretrizes clínicas e estudos recentes, o sistema pode sugerir exames físicos ou de imagem mais adequados para aprofundar a investigação.

Embora jamais substitua o julgamento clínico do médico, a IA funciona como um “auxiliar virtual”, oferecendo insights valiosos e lembrando o ortopedista de possibilidades que, em meio ao intenso fluxo de trabalho, poderiam passar despercebidas.

Personalização da anamnese com IA

A anamnese orientada por IA pode ser personalizada de acordo com o perfil individual do paciente. Suponha que se trate de um atleta amador com histórico de corridas de longa distância: o sistema pode aprofundar questões específicas sobre o tipo de treinamento, intensidade das rotinas, calçados utilizados e eventuais dores ou lesões prévias associadas à prática. Da mesma forma, para um trabalhador cuja atividade exige levantamento de peso constante, a IA pode direcionar perguntas sobre ergonomia, pausas de descanso e utilização de equipamentos de proteção.

A personalização permite que cada coleta de dados seja única, refletindo o contexto de vida do paciente. Dessa forma, a informação obtida é mais relevante e útil, acelerando o raciocínio clínico e garantindo que detalhes cruciais não sejam deixados de lado.

IA no apoio ao diagnóstico por imagem em ortopedia e traumatologia

Além do contexto da anamnese, pesquisadores e empresas de tecnologia têm explorado o uso de IA na análise de exames de imagem ortopédicos, como radiografias, tomografias computadorizadas e ressonâncias magnéticas. Estão em andamento estudos que buscam treinar modelos de machine learning e deep learning capazes de identificar fraturas sutis, degenerações articulares, alterações ósseas mínimas, lesões ligamentares ou tendíneas muitas vezes de difícil percepção a olho nu.

Ao integrar os dados colhidos na anamnese – já bem organizados e analisados pela IA – com as informações obtidas por algoritmos de visão computacional voltados para a interpretação de imagens, cria-se um contexto multimodal. Nesse ambiente, o ortopedista pode correlacionar achados clínicos, sintomas descritos, contexto do paciente e sinais radiológicos ou de imagem com mais precisão, melhorando a assertividade diagnóstica e otimizando o planejamento terapêutico.

Benefícios para o fluxo de trabalho do ortopedista

A adoção da IA na anamnese não apenas melhora a qualidade dos dados coletados, também otimiza o tempo do médico. Com as informações mais claras e estruturadas, o ortopedista pode dedicar-se a aspectos mais complexos da análise clínica, fortalecer a relação médico-paciente com um atendimento mais atento e humanizado e reduzir a carga burocrática.

Com isso, tem-se um ganho de eficiência no fluxo de trabalho, impactando positivamente a satisfação profissional do médico e a experiência do paciente.

Considerações importantes sobre o uso da IA

A implementação da IA na anamnese exige atenção. É fundamental garantir a privacidade e a segurança dos dados do paciente, alinhando-se a normativas de proteção de dados sensíveis. Além disso, a qualidade do algoritmo depende diretamente da qualidade dos dados utilizados para treiná-lo – se esses dados forem enviesados ou incompletos, o resultado poderá ser insatisfatório.

É importante ressaltar que a IA é uma ferramenta de apoio, não um substituto para o julgamento clínico. Cabe ao ortopedista interpretar os dados, avaliar as recomendações e, acima de tudo, exercer a sensibilidade médica, considerando aspectos humanos que nenhuma máquina pode replicar plenamente.

Perspectivas futuras

O futuro aponta para uma maior integração entre IA, internet das coisas e dispositivos vestíveis (wearables) capazes de monitorar padrões de movimento, postura, ritmo de atividade física e até parâmetros fisiológicos do paciente.

Conforme essas informações se tornarem disponíveis, será possível prever riscos ortopédicos, identificar precocemente lesões em potencial e ajustar protocolos de avaliação e tratamento de forma mais dinâmica.

A evolução constante dos algoritmos de IA e do PLN fortalecerá a capacidade de compreender nuances na fala e na escrita dos pacientes, oferecendo assim uma anamnese cada vez mais detalhada, eficiente e personalizada.


A incorporação da inteligência artificial na anamnese em ortopedia e traumatologia sinaliza um caminho promissor para a especialidade, equilibrando alta tecnologia com a sensibilidade humana do médico, a fim de oferecer o melhor cuidado possível aos pacientes.

Para fazer um bom uso da IA, você deve contar com ferramentas de qualidade, voltadas especificamente para esse uso no contexto de anamneses. Em breve no HiDoctor todos os usuários poderão aproveitar os benefícios da inteligência artificial integrada ao prontuário eletrônico. A IA incorporada ao prontuário do HiDoctor fornece insights clínicos e informações estruturadas em tempo real para resumir e organizar suas consultas.

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